O alerta deixado na página do Facebook da SOS Animais de Moura, com a referência feita ao encerramento da associação a novos acolhimentos de cães, levou a Planície a questionar uma das fundadoras da associação, Fátima Branco.
Percebemos que esta é uma realidade difícil a que se passa sobretudo com os cães do concelho de Moura. “A quantidade de cães que aparecem altamente negligenciados e doentes é assustadora! Pedimos e vamos reiterar o nosso alerta às autoridades competentes para todas estas situações porque sozinhas não podemos fazer mais. Porque somos humanas, porque estamos exaustas, porque trabalhamos muito em voluntariado, mas não podemos estar 24h por dia disponível”, pode ler-se no comunicado patente no Facebook.
À nossa redacção, a responsável reforçou que a associação que comporta actualmente 80 cães, deixou de ter capacidade para os receber. “Atingimos o limite dos nossos recursos, quer sejam monetários, de espaço e de pessoas que possam trabalhar e tomar conta dos animais”. Todos sabemos que no Verão a situação piora drasticamente. “Embora este ano não tenha sido só no Verão, nesta altura aumenta o abandono dos animais, aumenta os casos de animais que vagueiam nas ruas vítimas de maus tratos, negligenciados e que nós acolhemos. Cada um desses animais leva recursos porque precisam de muitos cuidados veterinários, disponibilidade de pessoas para os tratar e de um local condigno para os alojar”.
Além da falta de voluntários, a SOS Animais de Moura considera que deve haver da parte da comunidade, maior preocupação no sentido de a população “tomar a iniciativa de alertar a Câmara de Moura e as autoridades, porque o problema dos cães abandonados, está a ficar comensurável. Não há associação nenhuma que consiga resolver estes problemas”.
Mesmo assim, Fátima Branco não baixa os braços e diz que é preciso agir. “Tem de haver uma coordenação, juntar as autoridades para falarmos e elaborar uma estratégia de recolha e salvamento de animais. Isto é um problema real que existe no concelho de Moura. Vamos sentar-nos à mesma mesa e ver o que se pode fazer para aliviar o sofrimento dos animais”, defendeu.
A associação de animais de Moura deixou de ter capacidade para acolher mais cães e propõe uma solução conjunta com a interferência da Câmara de Moura e das autoridades competentes.