Centro de Saúde de Moura – Enfermeira Jesus Caeiro apela ao rastreio do vírus HPV

O HPV é a sigla referente ao Vírus do Papiloma Humano, uma infecção que na maioria das vezes não apresenta sintomas e que é transmitida sexualmente, sendo um dos contágios mais comuns a nível mundial.

O vírus pode levar ao cancro do colo do útero, por isso o rastreio em mulheres entre os 25 e os 65 anos através do exame de Citologia, também conhecido como Papanicolau, com a recolha de células da superfície externa do colo do útero, é de extrema importância.

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Por ser um dos terceiros cancros mais comuns em Portugal nas mulheres entre os 15 e os 44 anos, a prevenção salva vidas, simplesmente através de uma vacina administrada a meninas e também a meninos por volta dos 10 anos de idade.

Os números do rastreio no concelho de Moura são ainda muito baixos. Como tal, 

para percebermos a sua importância, conversámos com a enfermeira da ULSBA, Jesus Caeiro, especialista em Saúde Materna e Obstétrica nos Centros de Saúde de Moura e Barrancos. “Temos uma adesão muito baixa ao rastreio no concelho de Moura. É preciso melhorar a acessibilidade e incentivar as nossas jovens e mulheres a recorrerem a este tipo de serviço gratuito que existe no Centro de Saúde de Moura e que pode fazer toda a diferença em termos de prognóstico”.

No seu trabalho diário e no contacto com este problema de saúde, a enfermeira obstetra chama a atenção para a necessidade da vigilância. “O rastreio deve ser feito no Centro de Saúde da área de residência da pessoa e a periodicidade depende do resultado, ou seja, se estiver tudo bem pode ser repetido ao fim de cinco anos. Se houver alterações e dependendo do resultado, assim é a decisão de repetir o exame”.

Os sinais de alerta no corpo quase não se notam, o que faz com esta seja “uma doença muito silenciosa”, contou a especialista. Este vírus também tem a particularidade de ser de “regressão espontânea, ou seja, sai espontaneamente do organismo”.    

Contudo, quando o HPV já está instalado no colo do útero, pode desencadear alguns indícios como “comichão, ardor ou dor durante a relação sexual”, explicou.

Transmitido por via sexual através de sexo vaginal, anal ou oral quando “se dá o contacto com a pele ou a mucosa”, o uso de preservativo é obrigatório durante a relação sexual. Pode ainda ser disseminado, mas como menos frequência “durante o parto ou através do líquido amniótico”.

Por existirem “mais de 150 tipos diferentes de HPV, estes dividem-se em tipos de alto ou baixo risco e podem originar cancro do colo do útero. Felizmente, muitos destes vírus são de regressão espontânea, como já disse, mas quando existe cancro do colo do útero está sempre na base um HPV”, acautelou a enfermeira Jesus Caeiro. No Centro de Saúde de Moura pode fazer o exame de rastreio gratuito ao HPV através de uma citologia, em que são recolhidas as células da superfície externa do colo do útero para análise. 

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