A abertura das 16 vagas na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) no mês de Maio, direccionadas para os cuidados de saúde primários, ficaram por preencher, apesar dos incentivos financeiros.
Na altura do concurso, a Directora Clínica da ULSBA, Vera Guerreiro, especialista em Medicina Interna, já previa que a situação pudesse acontecer, sobretudo nas especialidades sem capacidade formativa, sendo “mais difícil aliciar alguém de fora para vir fazer contrato com a nossa instituição”, como afirmou à Planície.
Médica da ULSBA aponta algumas soluções para a fixação de médicos na região
Os suplementos remuneratórios, reforçou, “acaba por ser pouco para ser esse o único factor decisivo para uma mudança de localidade para jovens médicos”.Vera Guerreiro defendeu que é preciso haver uma mudança nos critérios remuneratórios e dos incentivos na região, o que pode ser uma solução para atrair mais profissionais de saúde para o Baixo Alentejo. “Para locais como o nosso, que não tem a ver só com o hospital (José Joaquim Fernandes) em si, mas também com a região, é necessário haver um conjunto de condições para que alguém pense em mudar a sua vida. Falamos da família, dos cônjuges e dos filhos. Há vários países que já pensaram na questão da sede fiscal em IRS (redução de impostos no IRS) e as próprias autarquias podem arranjar atractivos para a fixação de médicos. Tem de ser pensado algo mais global e com um foco diferentes nestas áreas”, sublinhou a especialista.
Incentivos da autarquia, a falta de acessibilidades na região do Baixo Alentejo e a questão da pouca oferta de escolas, podem estar ma origem para que nenhuma das 16 vagas fosse preenchida.