Talvez pelos avanços e recuos a que se tem assistido nos últimos anos a este investimento prioritário para a região, o representante dos agricultores do concelho de Moura, José Duarte, mostrou o seu cepticismo em relação ao avanço do Bloco de Rega Moura/Póvoa/Amareleja. Por isso, está apreensivo. “Há situações que nos deixam preocupados. A primeira fase da obra vai avançar, é a construção do Bloco de Moura, a área menor de cerca de 2.500 hectares. Este bloco vai ser abastecido pela Barragem de Caliços através de uma picagem e o projecto inicial não previa nada disto”.
Nesse sentido, deixou algumas questões que gostaria de ver esclarecidas: “Se a barragem (Caliços) está construída desde 2016, porque é que o Bloco de Moura nessa altura não ficou logo incluído nesta barragem? Poder-se-ia ter avançado com esta primeira fase”.
Por outro lado, não esconde a inquietação relativamente ao Bloco de Póvoa/Amareleja. “As previsões de construção apontam para 2025, para a conclusão em 2027. Vai ser o último bloco a ser construído nesta segunda fase do EFMA – Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva e hoje, com as questões da água e da seca, não damos como garantido esta segunda fase”.
O presidente da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos exige que haja um acordo firmado das entidades envolvidas. “De uma vez por todas, a EDIA, o Governo Português e o Ministério da Agricultura têm de assumir efectivamente a construção (da obra), para que haja esse compromisso com as pessoas de Moura, num cenário onde a água é imprescindível para a agricultura do nosso território”, frisou.
José Duarte levantou ainda a questão do investimento financeiro na obra e afirmou convicto, que “o Bloco de Moura só vai avançar porque há verbas do Plano de Desenvolvimento Rural 2020 que estão em risco de serem devolvidas à União Europeia e arranjou-se uma forma de canalizar essas verbas neste bloco”, declarou.
No caso de se concretizar a primeira fase do investimento, a campanha de 2026 já vai beneficiar deste recurso, pronto a regar os 2.500 hectares de Moura, explicou o representante dos agricultores do concelho de Moura.
É com algum cepticismo e várias questões que o empresário agrícola encara a construção do Bloco de Rega Moura/Póvoa/Amareleja.