Movidos acima de tudo por uma fé inabalável, o Grupo de Peregrinos de Moura, ao todo 28, anseiam pelo momento em que vão chegar ao Santuário de Fátima no próximo dia 13 de Maio. Sem desistirem das suas crenças, fazem entre 40 a 42 quilómetros por dia, num total de mais de 300.
O mourense Carlos Geadas é um dos organizadores deste percurso desde 2016 e conversou com a Planície durante um momento de pausa desta caminhada. A logística começou “uns meses antes, porque sempre que possível nós fazemos as refeições e dormimos nos mesmos sítios dos anos anteriores”. Para isso, é preciso que haja confirmações de quem vai ou não.
Mesmo com a certeza do fim da viagem, às vezes as boas intenções não chegam. “Alguns acabam por desistir a meio, mas vêm os que têm de vir. Este ano abrimos 40 inscrições e no total somos 28”.
Para lá da convicção, estão outros valores e sentimentos. “Podia dizer que é a fé que nos move, mas há muito mais. Cada um trás as suas dores, expectativas, ansiedades e problemas. Cada um vem com o seu motivo ou se calhar não vem com motivo nenhum, vem por vir. Algo os chama e eles respondem”, contou Carlos Geadas.
A três dias da chegada a Fátima, o peregrino não consegue descrever a sensação que se vive nesse instante. “É indescritível. É uma sensação de dever cumprido, de leveza, de plenitude e amizade. Só acontece a quem vem e a quem chega”, afirmou com a convicção de que para o ano, se Deus ou o destino permitir, volta a Nossa Senhora de Fátima a pé.