Serpa – Trabalhos Arqueológicos revelam descoberta de silos

Os trabalhos de escavação arqueológica na Praça da República, em Serpa, foram concluídos no final da passada semana, estando agora a terminar a reposição de pavimento.

Foram intervencionados dois silos do período islâmico e detectados outros dois, que foram devidamente registados. Os silos foram escavados na rocha branda e utilizados para armazenamento de cereais, sendo posteriormente entulhados.

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A escavação arqueológica revelou poucos materiais no seu interior, essencialmente fragmentos de cerâmicas de construção como tijolos e telhas, mas também algumas cerâmicas vidradas do período islâmico, bem como artefactos de época romana, ossos de animais (restos de alimentação) e pregos em ferro.
A fragilidade da rocha local terá levado ao desabamento parcial das paredes dos silos, como explicou a autarquia em nota de imprensa, encontrando-se fragmentos de rochas no interior dos silos, razão para a sua desactivação e consequente encerramento.

Durante a época islâmica, Serpa estava rodeada por uma fortificação em taipa, subsistindo algumas partes sob a Torre da Horta e um troço da muralha entre a Rua da Barbacã e a Torre do Relógio. No entanto, são muito escassos os vestígios islâmicos descobertos na cidade, que se resumem a alguns materiais recolhidos em trabalhos no Castelo, no Largo de São Paulo e no Largo Condes de Ficalho, para além de uma lápide que se encontrava reaproveitada na Porta Nova (actualmente no Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa).

A descoberta deste conjunto de silos revela mais alguns dados sobre um importante período da história local, ainda mal conhecido, e que pode indicar que a actual zona da Praça da República era utilizada como área de celeiro, em espaço exterior à fortificação islâmica.
Esta acção decorreu no seguimento do acompanhamento arqueológico do projecto de criação de fontes na Praça da República em 2022. Estes vestígios não foram intervencionados na altura da sua descoberta devido à necessidade de cumprir os prazos de execução da empreitada e pelo impedimento legal de intervir no mesmo espaço onde decorria a obra. Devido a estes constrangimentos, a Câmara de Serpa acautelou a protecção, selagem e registo dos vestígios, para serem intervencionados em momento mais adequado.

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