Rastreio do cancro da mama com pouca adesão no Alentejo

Apenas 22,57% das 141.613 mulheres convidadas a participar no rastreio ao cancro da mama na região de Lisboa e Vale do Tejo e no Alentejo realizaram a mamografia no primeiro trimestre do ano, revelam os dados divulgados pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), avançados à agência Lusa. Neste período, 31.968 mulheres realizaram o exame gratuito, tendo sido detetados 75 casos de cancro.

Entre 01 de janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2022, foram convocadas 611.124 mulheres para fazer o exame gratuito na região sul do país, excluindo o Algarve, mas só compareceram 204.339 (33,44%), tendo sido detectados 974 casos.

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O rastreio de base populacional promovido pelo Núcleo Regional do Sul da LPCC entrou na fase final do alargamento à região de Lisboa e Setúbal no passado mês de Fevereiro, abrangendo todos os concelhos que até 2021 ainda não beneficiavam do rastreio.
O alargamento englobou cerca de 92.300 mulheres que fizeram o rastreio desde Fevereiro de 2021, prevendo-se convidar 400 mil no total dos concelhos da região sul até final deste ano.
Em declarações à agência Lusa, a responsável pelo Rastreio do Cancro da Mama do NRS, Marta Pojo, explicou que a baixa participação (menos de 20%) das mulheres residentes na Área Metropolitana de Lisboa se deve ao desconhecimento porque até 2021 não eram incluídas no rastreio, dando como exemplo que em zonas do Alentejo, onde o rastreio está implementado há vários anos, a adesão ronda os 80%.

“É expectável que, numa primeira fase, estas taxas sejam menores. Contudo, em Lisboa são francamente baixas [cerca de 16%], mesmo comparativamente com o distrito de Setúbal que tem uma taxa ligeiramente superior”, lamentou.
A responsável apontou como explicações para esta fraca adesão “o desconhecimento da vantagem de participar neste rastreio”, as mulheres realizarem a mamografia no âmbito dos cuidados de saúde primários ou através de um especialista.
“Essa informação ainda nos falta apurar porque o objectivo é que as mulheres sejam seguidas de alguma forma. Agora há benefícios em participar num rastreio de base populacional porque reduz os falsos positivos. Tem resultados muito mais precisos porque é sempre a mesma equipa a fazer e a olhar para as mamografias e fica todo um histórico destas mamografias”, além de também ser importante para “criar evidência”.

Por isso, defendeu a importância de as mulheres estarem elucidadas para as mais-valias de o realizarem: “Temos em Portugal uma taxa de sobrevivência bastante alta do cancro da mama e um dos factores para estes resultados é o rastreio de base populacional. Se todas as mulheres participarem e assim se detectar atempadamente os cancros de mama, estes resultados serão francamente superiores em termos de sobrevivência”.
A taxa de sobrevivência do cancro da mama é alta, segundo a LPCC, mas para que sejam detectados a tempo, é fundamental as mulheres participarem no rastreio.

Fonte: Lusa

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