No dia da apresentação dos primeiros avisos aos empresários na área da Inovação Produtiva, 20 de Abril, em Évora, o presidente da CCDR Alentejo, António Ceia da Silva, em conversa com a imprensa regional, voltou a definir a Estratégia para a região até 2030. Terá “projectos fundamentais para o território, em que alguns estão praticamente concluídos”, nomeadamente na área das acessibilidades.
Falamos na “ligação Sines Caia em Alta Velocidade, quer para mercadorias, quer para passageiros”. Também o troço entre “Évora e Elvas está pronto, com 30 quilómetros de ligação ao Poceirão”, anunciou Ceia da Silva. Financiada no Portugal 2030, está ainda a electrificação da linha (férrea) que liga Beja a Évora (Casa Branca).
São mais de “1000 milhões de euros de investimento no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), com 32 Agendas Mobilizadoras (Inovação Empresarial) e consórcios privados aprovados. Significa que é o maior investimento privado no Alentejo e tem de estar concluído em três anos (2026). Abrange a componente de Sines e o cluster aeronáutico, mas também todo o território”, contou à Planície.
A “luta da CCDRA”, é igualmente grande quando se fala “na ligação Casa Branca a Beja e para que possa chegar à Funcheira e a Ourique e daí, haver uma interligação com a componente de ligação a Faro, a Huelva e a Sevilha”. Ligações “previstas”, contempladas nos investimentos para o Alentejo nos próximos anos.

Além da Barragem do Pisão, concelho de Beja, que já é “uma realidade”, “um investimento de cerca de 200 milhões de euros e que era perspectivado há 60 anos”, estão também definidas “duas áreas empresariais de ponta, uma em Campo Maior e outra em Beja, cujo investimento global ascende a 30 milhões de euros, áreas empresariais de 5ª geração”, esclareceu o responsável da CCDRA.
Ceia da Silva acredita que estes projectos “vão transformar por completo o território. Somos a região que tem o maior PIB (Produto Interno Bruto) do país”, contrastando com a diminuição demográfica, fenómeno que acredita que “se vai inverter”.
“Temos de criar uma nova região e isso significa milhares de empregos nos próximos três anos, de recursos altamente qualificados, independentemente dos empregos necessários para a construção desses equipamentos”, sublinhou Ceia da Silva.
Este é o tal “circuito virtuoso”, “que nos leva todos a pensar. Tem de haver estratégias locais de habitação nesta visão do PRR, é necessário haver escolas e felizmente já temos uma rede de escolas de elevada qualidade, desde o ensino superior ao ensino básico, actividades culturais e um conjunto de locais de animação para os jovens e crianças. Temos de criar uma nova região e é isso que estamos a fazer, mas que só é possível em conjunto com as autarquias, com os agentes, com as empresas e com as IPSS”.
Com o “Alentejo todo envolvido” e uma “dinâmica brutal na área do turismo”, afirmou o presidente, os próximos anos serão decisivos e de grande investimento e empregabilidade para a região.