Baixo Alentejo: Zero está contra a construção de Fábrica Solar

A associação ambientalista Zero questionou a construção da futura central solar fotovoltaica em Ferreira do Alentejo, distrito de Beja, por considerar que “põe em causa uma das áreas mais ricas do Baixo Alentejo” para a conservação da natureza, de acordo com a Lusa.

A consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), terminou no dia 10 deste mês e a Zero salientou em comunicado enviado à agência de notícias, que “esta área crítica para a conservação deveria ser protegida, contribuindo para o cumprimento da meta de protecção de 30% das áreas terrestres da União Europeia até 2030, definida na Estratégia para a Biodiversidade”, argumentou.
Segundo a associação ambientalista, o projecto da nova central solar abrange uma área de 750 hectares numa zona de afloramentos rochosos dos Gabros de Beja, conhecida como a Serra do Paço, no limite com o concelho vizinho de Beja.

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O projecto da nova central solar é promovido por duas empresas, a IncognitWorld Unipessoal e a Qsun Portugal 4 Unipessoal, que pretendem investir 156,4 milhões de euros na construção da central solar fotovoltaica.
De acordo com a Lusa, a central terá uma potência nominal máxima de 187 megavolt-ampere (MVA) e quase 234 quilowatts de potência de pico (kWp) instalados, permitindo produzir, em média, 451 gigawatts hora por ano (GWh/ano).

No comunicado, a Zero vincou que as características geológicas desta área “determinaram a notável heterogeneidade das suas comunidades biológicas”, com destaque para a flora e também enquanto habitat que constitui para mamíferos e aves”. “A riqueza desta área em termos de biodiversidade levou a que fosse considerada para a classificação como Sítio da Rede Natura 2000, ao abrigo da Directiva Habitats (Diretiva 92/43/CEE)”, realçou, assinalando, porém, que o processo não foi concluído.

A Zero notou que, nos últimos 20 anos, apesar de esta área estar parcialmente fora do perímetro de rega de Alqueva, “tem vindo a pouco e pouco a ser ocupada por olivais e pomares e por uma primeira central solar”, instalada recentemente.
Na sua contestação, a associação sustentou que, entre a sua imensa riqueza florística, existem oito núcleos com espécies vulneráveis e em perigo ou quase ameaçadas que serão “afectadas directamente pela implementação dos painéis, instalação da vedação, caminhos novos e faixa de gestão de combustível”.

A associação alegou ainda que a área escolhida localiza-se “totalmente fora” das zonas preferenciais de um estudo coordenado pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) para a instalação deste tipo de projectos.

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