A viagem prossegue à volta das cinco freguesias do concelho de Moura e esta semana, o destino é em Amareleja.
Sabe o que deu origem ao nome da localidade? Reza a história num documento datado de 1695, que foi chamada de Mareleja, mas os primeiros povoadores apelidavam-na de “campo das amarelas”, pela abundância de flores amarelas nos campos e pela cor do trigo cultivado. Já o termo “Marel”, significa lugar escolhido para a selecção e apuramento de raças, com os rebanhos a juntarem-se aos pastores em época de reprodução. Poderá ter contribuído para a derivação do nome tal como é conhecida hoje, informação recolhida em documentos da Câmara Municipal de Moura.
Considerado como o lugar mais quente da Europa, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), diz que o recorde de temperatura na localidade chegou aos 47,30 graus, num mês de Agosto. O sol, aproveitado como uma fonte de rendimento para as empresas do sector, com a instalação da Central Solar Fotovoltaica, uma das maiores do país, tem capacidade para fornecer energia por ano a mais de 30 mil habitações.
Com uma área de cerca de 10 834 hectares e perto de 2020 habitantes, a freguesia liderada por Alfredo Guerra, debate-se com prioridades e problemas, como as que temos vindo a referir. No entanto, o presidente da junta prefere não falar em “dificuldades”, mas sim “apelar ao bom senso e a uma maior determinação e empenho daqueles que estão acima de nós para executarem as obras que são prementes e necessárias para a nossa freguesia”.
Para o responsável, as “obras estão sinalizadas desde o primeiro dia em que aqui chegámos” e apontou as mais urgentes. “A remodelação da rede de águas e esgotos”, porque a intenção é “acabar de uma vez por todas com os esgotos a céu aberto, porque em pleno século XXI, não se admite que isto ainda aconteça na nossa terra”.
Durante a conversa, chamou a atenção para outro ponto. “Há casas dentro da localidade que foram construídas e devidamente licenciadas pela câmara (Moura), que não têm saneamento básico, não têm água e nem esgotos”.
Pediu também que “fosse feita uma rotunda no cruzamento da Estrada que vai para Barrancos, que é muito perigoso e onde já têm ocorrido alguns acidentes” e ainda “cinco passadeiras, mas infelizmente nenhuma destas obras foi feita, nem sequer iniciada”.
Apesar disso, Alfredo Guerra acha que os investimentos ainda são possíveis de serem concretizados. “Penso que ainda estamos a tempo de concretizar estas obras que são perfeitamente exequíveis e necessárias para o desenvolvimento da nossa terra. Quanto maior for esse desenvolvimento, maior será o do nosso concelho”.
A conversa hoje foi com o presidente da Junta de Freguesia de Amareleja, que deu a conhecer à Planície, as prioridades da localidade.